Irrigação e manejo varietal são as soluções para o Nordeste

Durante o 5º Grande Encontro Sobre Variedades de Cana-de-Açúcar, que o Grupo IDEA realizou nos dias 21 e 22 de setembro, no Centro de Cana do IAC em Ribeirão Preto, o pesquisador Antônio Rosário (PMGCA/UFAL/Ridesa) falou das importantes atitudes realizadas na região Nordeste, entre elas acreditar e valorizar os programas locais, bem como investir em recursos humanos – “a maior riqueza dos programas de melhoramento”, segundo Rosário. Outro fator de grande importância salientado pelo pesquisador é redistribuição de fases e pesquisas. “A produção de cana em Alagoas, representa 10% da safra nacional, perto do Estado de São Paulo responsável por 60%, nossa participação é pequena, mas desenvolvemos 10 fases de pesquisas”, disse.

A região Nordeste conta com duas estações de Floração e Cruzamento de cana, uma em Serra do Ouro, em Alagoas e a outra em Devaneio, Pernambuco. “Já conseguimos mais de 90% em termos de cruzamentos natural e estamos direcionando todos nossos cruzamentos para estes ambientes de produção. Trabalhamos em diversas situações, inclusive cana para irrigação plena, para condição de sequeira, encosta, etc”, explicou.  Rosario observou que a cana-de-açúcar na região Nordeste do Brasil tem uma produção de pouco mais de 60 milhões de toneladas por safra, em 1,2 milhão de hectares de área cultivada nos Estados de AL, PE, PB, RN, BA, SE, PI e MA. A produtividade se resume em dois aspectos: quando há déficit hídrico, apresenta 55 toneladas por hectare. Quando não tem déficit hídrico, 80 toneladas por hectare.  A média d produção na safra 2010/11(de setembro a fevereiro) foi de 72 toneladas por hectare.

Irrigação e variedades – para manter uma lavoura canavieira no NE, a solução é irrigação e manejo varietal, alertou Rosário, segundo ele, o custo da irrigação é alto. “Efetivamente, só compensa fazer um alto investimento se tiver variedades responsivas para estes ambientes. Se o produtor pensar que, qualquer variedade trará solução ao receber a irrigação, esquece. E esta irrigação deve ser feita através de barragens para armazenamento de água com iniciativa privada e recursos próprios”, alertou.

Das variedades cultivadas na última safra no Estado de Alagoas, 60% representa as variedades RB e, praticamente, 30% das variedades são SP. O censo de moagem de Alagoas, na safra 2010/11, se resume em: quase 30% são da RB 92579; 16,80% da SP79-1011; 14,24% da RB867515; 9,36% da SP81-3250, entre outras que estão sendo multiplicadas dentro do Estado de Alagoas.  O pesquisador deu como exemplo a Usina Santo Antonio, AL, que conseguiu a maior produtividade do Estado – 92 toneladas por hectare em uma área de 20 mil hectares. “Nesta Usina não existe irrigação, ou seja, o ano foi bom, com manejo e com variedades que têm dado bom resultado. Do tipo RB 92579, SP79-1011, RB 951541, RB 98710, entre outras.”

A Usina Coruripe, AL, o maior grupo do Nordeste, outro exemplo citado por Rosário, apresenta censo de moagem de quase 30% da variedade RB 92579; 20,67% da RB867515; 23,53% da RB 93509; 10,07% da SP79-1011; 0,50% da RB 98710; entre outras. Praticamente, as três primeiras variedades respondem por quase 80% da área cultivada e dessas quatro primeiras variedades, três delas pertencem ao campo da região onde foi feito cruzamento.

Das sete novas variedades RB liberadas, cinco foram desenvolvidas em Alagoas. Sendo elas: RB 931003, RB 931011, RB 937570, RB 951541, RB 962962, RB 98710 e RB 99395. Já os clones promissores são: RB 3047, RB 991536, RB 011518 e RB 961003.

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