Lula, o começo do fim? – Por Dib Nunes Jr.

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No próximo dia 24 deste mês, se não pedirem vistas do processo, poderemos ter uma das mais importantes decisões dos últimos tempos para a política nacional. Esperamos que o tribunal faça a justiça sobre o processo sobre o Tríplex do Lula no Guarujá, o que os brasileiros de verdade tanto desejam.

O TRF-4 do Rio Grande do Sul terá a incumbência de selar a sorte deste homem que nos levou ao fundo do poço, embora tivesse nas mãos a grande oportunidade de levar o país para uma excelente estabilidade político-econômica com crescimento sustentado, mas que em vez disso destruiu todos os setores institucionais e implementou uma desastrosa política de delapidação da nossa economia. Por conta de um ego extremamente elevado e uma ideologia radical, se convenceu que lotear o governo, comprar consciências, patrocinar falcatruas contra o erário público e distribuir enormes vantagens financeiras a um seleto grupo de políticos e empresários como os irmãos açougueiros da JBS e o embusteiro Eike Batista, escolhidos a dedo para patrocinar a corrupção.

Descobriu-se que em seu projeto de poder, orientado pelo nefasto guru dos comunistas bolivarianos da América Latina, Fidel Castro, teria mesmo que delapidar o país, acabar com a credibilidade das instituições e destruir a família para poder governar absoluto, o que se faz hoje nos países mais infelizes do mundo como a Coreia do Norte e Venezuela.

Lula é uma pessoa do mal, deu migalhas aos pobres para lhes comprar o apoio e a consciência, iludindo-os de que estavam sendo beneficiados, enquanto desviava bilhões em recursos públicos para beneficiar seus asseclas, privando o pobre povo do que lhe é de direito pela nossa constituição socialista, pois promete saúde, educação, segurança, moradia etc. etc. aos brasileiros. Hoje todos os seus apoiadores e seguidores estão enrolados com a justiça, sejam eles sindicalistas pelegos, puxa sacos nomeados para cargos de confiança em estatais, líderes dos chamados movimentos sociais, diretores de ONGs, políticos da base de apoio de vários partidos, entre outros que integravam uma verdadeira matilha de lobos selvagens sedentos por dinheiro fácil, que se aproveitaram da corrupção institucionalizada para enriquecimento ilícito às custas dos escorchantes impostos que recolhemos.

A conta está aí para pagarmos, déficits anuais bilionários, rebaixamento da classificação de bom pagador pela Standard Poors, 13 milhões de desempregados, 50 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da miséria, Fundos de investimento norte-americanos recebendo indenização bilionária de 10 biliões, enquanto a saúde, educação, segurança, infraestrutura se encontram num caos sem precedentes, isto sem falar no alastramento das drogas e dos moradores de ruas pelas cidades brasileiras, rebeliões nas prisões e a difusão da política descarada do toma lá, dá cá, em todas as esferas de governo, principalmente no legislativo, onde não se vota nada sem a liberação de verbas e de cargos aos “espontâneos” aliados.

A Lava Jato conseguiu escancarar praticamente tudo isso, há pelo menos nove processos em que Lula será réu, o primeiro está para se finalizar dia 24 de janeiro próximo. O sr. Lula da Silva poderá se dar mal, isto, se houver justiça neste país. Lula é detentor de altíssimo patrimônio, que ninguém sabe de onde veio e que o ajudou a se cercar de advogados chicaneiros, tão arrogantes como ele, para poder se manter livre da cadeia e continuar a aplicar bravatas e mentiras aos brasileiros mal informados, que ainda declaram seu voto a ele. Vai ser julgado por um mísero apto Tríplex embora tenha deixado um rastro terrível de prejuízos ao povo brasileiro, esperamos que a sentença seja ratificada pelos juízes do TRF-4, por unanimidade.

Caso isso não ocorra, estaremos diante de uma nova crise com consequências imprevisíveis para o Brasil. Os seus correligionários estão desesperados ameaçando os juízes e suas famílias, pressionando e prometendo badernas e depredações, invasões de propriedades produtivas, enfim tudo isso é desespero de causa, pois sabem que podem perder o seu maior e único ídolo.

Se Lula fosse do bem teria se retirado espontaneamente da política e deixado o país seguir seu rumo com necessária calmaria. Ao invés disso, ameaça fazer do julgamento um palanque para continuar a semear ódio entre os brasileiros. Em vez disso, prefere se posicionar de vítima de perseguição política. Qualquer resultado que não for 3 a 0 será uma derrota para a justiça brasileira e para a nossa frágil e desacreditada democracia. Em vez de incitar a violência, Lula deveria se calar, pois pode mesmo incendiar o país. Lula tem muitos aliados que sempre mamaram nas tetas do governo, que querem de qualquer modo a sua volta. Neste grupo encontramos juízes, artistas, professores universitários recalcados que nunca produziram nada, e, é claro, toda a casta de políticos que se aproveitaram da fraqueza do PT no governo, para tirar vantagens.

Estamos nas mãos de três pessoas de carne e osso do TRF-4 e esperamos que eles se tornem heróis nacionais fazendo de fato justiça e recuperando a desaparecida credibilidade que o STF deixou escapar faz tempo. O futuro de 210 milhões de brasileiros está nas mãos destes homens.

Precisamos virar a página da história e tentar corrigir os rumos deste país que se atrasou 15 anos, antes que seja tarde demais. Assim sendo, meus caros leitores, todos nós ficaremos na expectativa de que o TRF-4 não faça como o STF faz frequentemente, protegendo infratores e contrariando os interesses do povo.

Podemos ter o início de uma nova era sem o Lula na política e quem sabe, o fim da era Lula. Será?

Os desafios do RenovaBio – Por Dib Nunes Jr.

No momento em que o mundo está iniciando uma nova onda de preservação ambiental a fim de melhorar a qualidade de vida no planeta e alguns países, como a França estão anunciando para daqui a 2 anos a proibição de venda de veículos novos movidos a combustíveis fósseis, o Brasil tem uma nova oportunidade para se tornar um país como um dos melhores programas mitigadores de gases de efeito estufa do mundo.

A Chave para atingir a meta estabelecida em 2015 pelo acordo de Paris, onde o Brasil se comprometeu a atingir, até 2030 o incremento de 18% no consumo combustíveis sustentáveis, passando obrigatoriamente pelo etanol e o biodiesel.

No caso do Etanol, temos, atualmente, um mercado complicado com frequentes altos e baixos dos preços em função da pouca estabilidade na oferta do produto e pela predatória ação das administradoras no mercado.

O etanol, desde a desregulamentação da comercialização na década de 90, tem demonstrado extrema vulnerabilidade a ações predadoras por parte do mercado e, num passado muito recente, foi vítima de uma desastrosa política de combate à inflação patrocinada pelo governo petista quando foi submetido a um brutal congelamento “branco” de preços por mais de cinco anos.

O setor sucroenergético está pagando caro até hoje, pois os preços estão sempre oscilando, passando a maior parte do tempo com valores abaixo de seu preço de custo, agravando ainda mais a situação crítica das empresas produtoras.

Está muito claro que o setor precisa de uma política estabilizadora para dar sustentação e estimular este importante setor que emprega, de forma direta, mais de 600 mil pessoas e sustenta outro tanto igual a este, de empregos indiretos, “segurando” as pontas de 1,2 milhões de brasileiros.

Agora, pela primeira vez, o setor e o país têm a oportunidade de ter uma regulamentação que traga estabilidade, que promova a expansão do produto, gere investimentos e novos empregos, além, é claro, de contribuir decisivamente para redução das emissões de gazes causadores do efeito estufa.

A política nacional dos combustíveis, o Renovabio onde se encaixa o etanol da cana, se aprovado e regulamentado, deverá ajudar a estabilizar a sofrida indústria deste combustível limpo e trazer grande segurança ao abastecimento do mercado.

Certamente, ao ajustar a produção, muita coisa boa vai acontecer, a começar pelo crescimento sustentado da produção. Vai trazer novos investidores, estimular o desenvolvimento tecnológico, além de contribuir para que a ANP – Agencia Nacional de Petróleo seja, de fato, um agente regulador do mercado, deixando de lado as pequenas ações como o inútil e obrigatório cadastramento de produtores, passando a ter regras à altura de sua finalidade principal, que é de agencia reguladora.

Entretanto, o Renovabio corre alguns sérios riscos que pode colocar tudo a perder.

O primeiro e mais preocupante de todos eles é que, como tudo o que se tenta controlar no pais, seja por decreto leis ou por normas regulatórias, caia nas garras de velha burocracia que é a mãe da morosidade, ineficiência e principalmente, da endêmica corrupção que afeta todos os órgãos governamentais e os três poderes do pais, passando, principalmente pelos políticos que nada fazem a favor da população.

Nenhuma ação acontece sem que se tente criar dificuldades para vender facilidades, no velho jogo do trafego de influência, tão disseminado pelos integrantes do poder.

Quando vejo o Renovabio colocando na ANP as responsabilidades de órgão regulador e fiscalizador do processo todo e ainda sendo este um programa que envolve interesses de vários setores, representado por vários ministérios, sempre entupidos por apaziguados e preocupados em obter vantagens para si próprios, fico extremamente preocupado quanto à garantia de que o mesmo será exequível e viável.

Lendo com atenção as linhas gerais do Renovabio, me preocupo com sua exequibilidade devido ao elevado número de regras, certificações, credenciamentos, metas e sanções para as distribuidoras respeitarem sob a tutela de um órgão público como a ANP que é politicamente comprometido, sem grande credibilidade e que, em passado recente do governo do PT, se mostrou sem qualquer força e totalmente subjugado a uma política desastrosa de controle dos preços dos combustíveis.

O Renovabio que é um programa muito bem elaborado por gente séria, de incrível conhecimento do mercado de combustíveis, além das dúvidas quanto à capacidade de gerenciar da ANP terá que enfrentar os lobbies das companhias distribuidoras que são as donas do mercado e que, certamente, devem estar muito incomodadas com a “camisa de força” que a proposta tenta lhe impor.

Não vejo a hora de ter o Renovabio em pleno funcionamento, pois o setor sucroenergético precisa urgentemente de uma regulamentação honesta, clara e que estabilize o mercado do etanol para todos ganharem com o aumento da competitividade e com a garantia de pleno desenvolvimento, criação de milhares de novos empregos e sobretudo, menores preços do etanol ao consumidor.

Se for adotado como está na proposta, o Renovabio poderá ser a salvação do setor sucroenergético, mas, antes disso terá que superar muitos desafios e obstáculos que tem pela frente. Se conseguir, será uma grande vitória para todos que estamos precisando de ações sérias e que nos devolva a tão desejada credibilidade perdida.

*Artigo publicado na Revista Opiniões em dezembro 2017

Seminário discute soluções e mostra caminhos para aumento de produtividade e redução de custos

Evento do Grupo IDEA divulgou experiências e tecnologias que podem ajudar o setor a melhorar o desempenho na área financeira a partir do aumento da produtividade

O passo a passo para superar obstáculos e realizar uma gestão eficiente de processos de produção foi detalhado e discutido ao longo do16º Produtividade & Redução de Custos da Agroindústria Canavieira, realizado em Ribeirão Preto, SP, nos dias 06 e 07 de dezembro. O evento, idealizado pelo Grupo IDEA, reuniu cerca de 280 pessoas, entre produtores de cana, profissionais de usinas, pesquisadores, consultores e executivos de empresas ligadas ao segmento. 

Segundo o diretor do Grupo IDEA, Dib Nunes Jr., nenhum outro setor da economia nacional é tão persistente quanto o canavieiro. Ele ressalta que o segmento já passou por muita coisa, mas que ainda está de pé, na luta, resistindo a chuvas e trovoadas. “Sobrevivemos ao congelamento de preços de combustíveis por quase seis longos anos. Fomos discriminados com o estímulo do consumo da gasolina e com a retirada de carga tributária deste combustível.”

Dib frisa que o Brasil nunca tratou o etanol como deveria. “Na Europa, os biocombustíveis têm prioridade. Aqui é apenas mais um. Nunca adotaram um imposto ambiental sobre combustíveis poluentes. O setor tem sugerido a CIDE, mas a proposta tem sido constantemente rejeitada.” 

De acordo com ele, essa “discriminação” tem feito com que a produção de etanol se estagnasse e os preços do açúcar despencassem. “Este fato forçou o fechamento de mais de 90 usinas. Endividou o setor e levou cerca de 80 empresas a decretar recuperação judicial.”

Entretanto, embora tenha passado por um período turbulento, Dib ressalta que o setor continua grande. O que é a mais pura verdade. Em 2016, foram produzidos 650 milhões de toneladas de cana em todo o país, o que resultou em 27 bilhões de litros de etanol e cerca de 37 milhões de toneladas de açúcar.

Para o diretor do Grupo IDEA, isso demonstra a força do segmento como fomentador da economia nacional. “Estamos saindo da crise mais fortes do que nunca. Mas, para deixarmos de lado esse período negro da nossa história, precisamos de políticas públicas de apoio ao etanol e tecnologias que permitam aumento de produtividade com redução dos custos. Esse, aliás, foi o foco do evento. Foram dois dias em que conferimos avanços, analisamos perspectivas, estimulamos o desenvolvimento do setor e buscamos novos caminhos para melhorar nossa competitividade.”

Safras, mercados e economia

Os mercados de etanol e açúcar e a atual conjuntura do setor foram assuntos amplamente debatidos ao longo dos dois dias de evento. O gerente de economia e análise setorial da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Luciano Rodrigues, através da palestra “O RenovaBio e as perspectivas sobre o futuro do etanol”, fez uma rápida recapitulação das mudanças institucionais e comerciais que ocorreram em 2016 e 2017. 

Segundo ele, nos últimos dois anos, houve uma melhora na receita da indústria em função de uma condição mais adequada do mercado internacional de açúcar e de uma mudança no mercado de combustíveis – com destaque para a nova política de precificação da Petrobrás, que começou a vincular o preço da gasolina nas cotações internacionais do petróleo. “Foram dois anos de preços mais remuneradores.” 

De acordo com Rodrigues, a característica negativa desses dois anos é que estamos ainda “engatinhando em produtividade, em função de todos os anos de crise que inviabilizaram a realização de manejos adequados e renovação de canaviais”. 

Para o futuro do etanol, o gerente de economia e análise setorial da Unica afirma que a grande mudança é a discussão do RenovaBio, projeto de lei que foi aprovado recentemente na Câmara dos Deputados. “Foi um passo fundamental para que tenhamos um desenho de médio a longo prazo para os biocombustíveis no Brasil.”

Ele explicou que o RenovaBio estabelece três elementos fundamentais para a indústria de biocombustíveis no país. O primeiro é a definição de metas de descarbonização, o que estabelece uma diretriz clara do que se espera dos biocombustíveis para os próximos anos, o que é “fundamental para direcionar investimentos”.

O segundo elemento, segundo Rodrigues, é o reconhecimento do papel dos biocombustíveis como elemento de descarbonização. Através do CBIO, os benefícios ambientais associados aos biocombustíveis poderão ser valorados.

Por fim, o terceiro elemento é um mecanismo de indução de eficiência, que estabelece uma remuneração diferenciada em função da eficiência ambiental e energética de cada combustível. “Dessa forma, um bicombustível mais eficiente na redução de emissões terá um reconhecimento maior do que aquele que é menos, o que estimulará a busca por ganhos de eficiência ambientais e econômicos.”

Já Eduardo Costa Carvalho, da Sucden, falou sobre o mercado do açúcar e o que pode acontecer a ele face às grandes intempéries climáticas no mundo. As análises apresentadas mostram que o consumo está sob ameaça em função dos preços de 2016 e das políticas públicas contra o açúcar. “Já é possível notar uma desaceleração no aumento do consumo na Índia, China e União Europeia devido à forte competição com o HFCS.” 

De acordo com Carvalho, a produção tem aumentado na maioria dos grandes produtores em 2017/18, como Índia, União Europeia e Brasil – já considerando uma possível quebra da safra e ajuste no mix devido à paridade – e também no Paquistão, China, Tailândia, Austrália e Argentina. “O superávit para 17/18 é estimado em 4,5 milhões de toneladas.”

O mercado de etanol foi tema da palestra de Tarcilo Rodrigues, da Bioagência, que abriu sua apresentação afirmando que o mercado do biocombustível não começou o ano de forma positiva. O motivo foi a pressão para fazer caixa por parte das usinas. Ele explica que os preços de gasolina ainda não haviam entrado na nova política da Petrobrás. Mas, quando a companhia começou a aplicar os preços internacionais e houve um rearranjo tributário, que aumentou a competitividade do etanol na bomba, o biocombustível foi beneficiado. “Começamos mal e estamos terminando o ano muito bem.”

Para 2018, as perspectivas são positivas, porém, de acordo com Rodrigues, é preciso superar algumas barreiras, como o entendimento do real papel do RenovaBio. “Temos que fazer um trabalho de comunicação muito forte para que seja transmitida uma informação efetiva sobre o que é o RenovaBio, que não é um programa de subsídio ou de intervenção, mas de mercado, que visa ajustar dois tipos de commodities diferentes.”

Um balanço sobre a safra canavieira foi apresentado pelo gerente de marketing do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), Luiz Antônio Dias Paes, Segundo ele, a moagem deve fechar em 590 milhões de toneladas. Com relação à produtividade, esta deverá ser inferior aos valores registrados no ciclo passado. “Fatores como a falta de cana bisada – que sozinha tirou 2,2 TCH dos canaviais-, baixo índice de renovação (12,7%) e uma maior idade média dos canaviais contribuíram para a diminuição da produtividade. 

Por fim, a SUCROTEC, através de Francisco Oscar Louro Fernandes, falou sobre a evolução dos custos de produção na safra atual comparada com os últimos ciclos. Segundo ele, foi observado que, devido à queda dos preços, principalmente do açúcar em 2017, houve uma redução nos custos de produção, principalmente na cana de fornecedor e arrendamentos.

Entretanto, outros custos tiveram elevação. A cana própria ficou cerca de 8% mais cara do que no ano passado, principalmente por conta da queda no rendimento agrícola. Já o custo industrial registrou aumento de 5%. “Na média geral, houve redução de 2% no custo de produção total por produto – saco de açúcar ou litro de etanol.”

Ações e alternativas para que o setor se recupere e melhore seus resultados 

Logo no início do segundo dia do evento, a analista de marketing do CTC, Natália Calori, abordou a evolução e ganhos financeiros proporcionados pelas variedades de cana-de-açúcar. Durante sua apresentação, ela tentou explicar os motivos do baixo crescimento de produtividade da cultura da cana (10%) nos últimos 35 anos quando comparado a outros cultivos, como a beterraba da União Europeia (103%) e o milho dos Estados Unidos (87%).

De acordo com ela, melhoramento genético, ambientes mais produtivos e adoção de diferentes técnicas de manejo foram os responsáveis pelo aumento de produtividade naquelas culturas. “Na cana, a curva histórica de produtividade cresceu, principalmente, em função do melhoramento genético – adoção de variedades mais modernas e produtivas – e caiu devido à expansão para solos mais restritivos, adoção da mecanização da colheita e envelhecimento dos canaviais. Este é o real motivo que levou a produtividade da cana a acrescer apenas 10% desde 1980.”

Em seguida, Pedro Mizutani, vice-presidente de relações externas e estratégia da Raízen e presidente do conselho deliberativo da Unica, falou sobre a nova realidade do setor sucroenergético nacional, que exige mudanças para se manter na atividade. Segundo ele, o novo ciclo de crescimento da produção dependerá de dois elementos fundamentais: manutenção do esforço do setor privado, visando novos ganhos de eficiência e produtividade; e ambiente regulatório estável e políticas públicas consistentes. “Entre as ameaças que podem abalar o setor, destaco o preço do petróleo, política externa e vilanização do açúcar, novos rótulos, carro elétricos e produção de etanol de milho.”

Mizutani salientou que, uma vez que o preço do açúcar e do etanol passou a ser vinculado ao valor do barril de petróleo e a Petrobras segue o que dita o mercado, o segmento canavieiro precisa se adaptar e acompanhar este movimento. “Precisamos que haja modernização na forma de gerir a atividade, com foco em inovações tecnológicas, inclusive, com abertura para as soluções apresentadas pelas startups.” 

Para o executivo, é fundamental reduzir o endividamento do setor, pois as dívidas impedem os gestores de realizarem o que é melhor para a empresa. “Um claro exemplo disso é a cana que não é colhida na época certa – quando apresenta todo o seu potencial -, mas no período determinado para atender o fluxo de caixa.” 

A Usina Cevasa, de Patrocínio Paulista, SP, apresentou, por intermédio da gerente de gestão de desempenho, qualidade agroindustrial, parceria e desenvolvimento de cana da empresa, Natalia Zanon, suas estratégias ganha-ganha com fornecedores.  Ela explicou que o modelo do projeto visa fazer com que ambos os lados – fornecedor e empresa – ganhem com a adoção de melhores práticas de cultivo por parte dos produtores rurais.

“Se o fornecedor cumprir com algumas exigências, ele ganha diversos bônus. Uma delas é a aderência ao plano diretor varietal montado pela usina no início da safra e que tenta mostrar ao agricultor o que ele perde caso não siga o ciclo de maturação das variedades ou não faça renovação do canavial.” 

Outro bônus possível de ser obtido é relacionado à entrega linear ao longo da safra. Caso o fornecedor atinja a quota combinada junto à usina, com tolerância de 10% a mais ou a menos, ele será gratificado. A qualidade da matéria prima também pode ser uma fonte de renda extra. Neste caso, o produtor tem que abastecer a indústria com cana de qualidade seguindo os critérios de limites de impurezas vegetais e minerais pré-estabelecidos pela usina no início de cada safra. “No final, se o fornecedor cumprir com todas as exigências, ele consegue um bônus extra no final do ciclo.”

Ao que parece, a adoção da estratégia rendeu bons resultados. Comparando a safra atual com a anterior, houve 29% menos perdas na colheita, aumento de 28% no RMC e das horas/homem trabalhadas em 600% e redução do turnover em 26% e do custo de CCT em 13%.

Natália falou, ainda, sobre a relação ganha-ganha com os colaboradores. “De nada adianta ter melhoria da qualidade do canavial, se não tiver uma equipe que performe bem naquele espaço. Por conta disso, esse programa refere-se à partilha de resultados com base na superação das metas definidas.”

Por fim, Ian Erhad Dobereiner, diretor agroindustrial da Raízen, e Dib Nunes Jr., diretor do Grupo IDEA, dividiram o palco para dar suas visões – do produtor e do consultor, respectivamente – sobre as mudanças de rumos na produção de cana-de-açúcar.

Dobereiner apresentou algumas atividades adotadas nos últimos dois anos e meio no Grupo que permitiram essa mudança de rumo na produção de cana. Algumas das estratégias adotadas incluem: fila única de transbordo; Certificado Digital da Cana (CDC); aplicativo águia nos celulares dos gestores agrícolas; sistema eficiente de combate a incêndios; torre de comando gerindo 100% das atividades do Grupo; redução do número de oficinas de 18 para seis; diminuição das parcerias com transportadores, que caíram de 216 para apenas oito; e alteração nas manutenções de entressafra, que passarão a ser feitas durante o ciclo. “A adoção desses métodos possibilitaram uma redução de 30% no custo agrícola, de 600 equipamentos e de seis mil pessoas.”

Dobereiner falou ainda sobre produtividade. De acordo com ele, a Raízen espera através do programa MAXCANA produzir 8,6 milhões de toneladas de cana a mais no mesmo território. “Reuniremos diversas atitudes que visam verticalizar nossa produção, o que inclui renovação dos canaviais, meiosi, cana-energia e irrigação.”

Logo no início de sua fala, Dib Nunes afirmou que o setor só irá sobreviver se “tivermos produtividade e teor de sacarose”. Ele apontou algumas das principais causas dos baixos rendimentos: o setor expandiu a sua produção rapidamente a partir de 2004 a 2009; a mão de obra se tornou ruim, escassa e problemática; a queima da cana foi gradativamente eliminada, fazendo com que houvesse obrigatória e rápida expansão da colheita mecanizada sem a devida preparação de mão de obra, sistematização dos canaviais, infraestrutura de apoio e gestão; houve uma explosão do plantio mecanizado, também sem a devida preparação; e as crises de preços do etanol e internacional do açúcar que duraram seis longos anos. “A somatória disso tudo abalou os investimentos nos canaviais.” 

Dib explicou que, com a crise, as usinas tomaram algumas atitudes equivocadas, como redução dos tratos culturais e plantio; extrativismo; corte indiscriminado de gastos; não pagamento dos fornecedores, arrendamentos, banco e terceirizados e o não recolhimento de impostos. “Na verdade, as atitudes corretas seriam: aprimoramento da gestão; renegociamento de dívidas e contratos; redução de horas extras e desperdícios; capacitação dos colaboradores e melhoria das operações agrícolas.”

Por fim, o diretor do Grupo IDEA ressaltou que é possível recuperar o TCH e o ATR. “Temos várias formas técnicas e procedimentos para ganhar produtividade, ATR e reduzir custos. Entretanto, para implantar um programa de ganhos contínuos, devemos antes de tudo fazer o seguinte: um detalhado check-up da situação, selecionar com cuidados os principais pontos a serem atacados e apurar quais tecnologias e investimentos são necessários. Depois disso, temos que implantar um plano de ação com metas e prazos a serem atingidos, motivar e comprometer a diretoria e a sua equipe, capacitar pessoas, investir nos canaviais e checar constantemente os resultados obtidos e cobrar.”

Novas tecnologias que melhoram a produtividade e reduzem custos

As tecnologias eficientes, utilizadas de maneira adequada, também são aliadas importantes da redução de custos, porque contribuem, de maneira significativa, para a melhoria da eficiência operacional e o aumento da produtividade. Exemplos de benefícios proporcionados por tecnologias de ponta puderam ser acompanhados nas palestras durante os dois dias de evento.

A Koppert do Brasil falou sobre os impactos da nova geração de biológicos na produtividade do setor canavieiro. Entre as soluções apresentadas pela empresa, destacam-se o Metarril, primeiro inseticida microbiológico registrado para o Brasil, cujo alvo é a cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata); e o Boveril, inseticida microbiológico para o controle de Mosca branca (Bemisia tabaci), Broca do café (Hypothenemus hampei), Ácaro-rajado (Tetranychus urticae) e Gorgulho do eucalipto (Gonipterus scutellatus).

Já os diversos benefícios proporcionados pelo plantio da variedade de cana transgênica CTC20BT, resistente à praga mais relevante da cultura – a broca da cana (Diatraea sacharalis) – foram abordados pela equipe do CTC. Essa variedade geneticamente modificada – a primeira do mundo – promete proporcionar ganhos financeiros significativos para usinas e produtores, já que a broca causa prejuízo de R$ 5 bilhões por safra. A eficiência da cana transgênica nas primeiras áreas avaliadas obteve um índice de 98,5%.

A startup MVSIA, grande campeã da primeira edição do Prêmio INOVACANA, apresentou sua seletora automática de Mudas Pré-Brotadas (MPB), uma solução que apresenta grande potencial para elevar a eficiência operacional e aumentar a produtividade na cultura da cana. Essa tecnologia pode criar condições para que o sistema MPB proporcione ainda mais benefícios para a cana-de-açúcar, resolvendo um dos seus principais gargalos: a separação de mudas de má qualidade. 

 A Syngenta abordou o SmartBio, software que promete revolucionar o manejo de pragas e doenças da cana-de-açúcar. O sistema, através da análise do banco de dados de cada usina, cruzando fatores de susceptibilidade as pragas e doenças, como variedade, clima, fertilidade e histórico de cada talhão, entrega mapas de favorabilidade que indicarão, com alto grau de confiabilidade, onde e quando haverá infestações de determinadas pragas e doenças.

Já o pesquisador da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Gaspar Korndorfer, falou sobre as tecnologias e desafios da nutrição da cana. Segundo ele, existem algumas práticas essenciais relacionadas com a nutrição da cana que podem ser utilizadas visando atingir altas produtividades. São elas: aplicação de calcário em profundidade e no sulco; gesagem; silicatagem; uso de resíduos, como composto, vinhaça e cinzas; uso de cama de frango/confinamento; uso de micronutrientes via solo e foliar; adubação foliar para produção de biomassa e/ou açúcar; adubos organominerais e adubos de liberação controlada.

O pesquisador falou ainda sobre bioestimulantes, que atuam em nível de DNA e RNA controlando a atividade genética, amplificando, promovendo ou inibindo processos fisiológicos da planta. “O uso de bioestimulantes pode aumentar a eficiência do manejo nutricional e reduzir o uso de insumos. Por conta disso, é possível baratear os custos de produção, que em cana são muito elevados.” Segundo Korndorfer, existe uma grande diferença entre as variedades de cana em relação à resposta ao uso de bioestimulantes. Além disso, o comportamento deles depende da dosagem, época de aplicação e tipo de mistura, volume de calda, PH da calda e tempo de permanência sobre o tolete ou folha. “Recomendo fazer uso dos bioestimulantes especialmente nos períodos de baixas temperaturas e umidade do solo.”

Em seguida, a Arysta LifeScience subiu ao palco para falar sobre seu fisioativador: o Biozyme. O produto, de origem natural, contém nutrientes que participam e promovem a produção dos principais hormônios do crescimento vegetal (citocininas, auxinas e giberelinas). O produto entrega rápida brotação das gemas e alto desenvolvimento radicular e perfilhamento.

Por sua vez, a UnionAgro apresentou sua linha de fertilizantes foliares, com destaque para o NutryGran . Os produtos da empresa possuem alta absorção, estabilidade e desempenho, reagindo rapidamente até nas condições menos favoráveis. O resultado é aumento de resultados e ampliação dos lucros. 

A Biosoja apresentou sua linha de biofertilizantes, com destaque para o Bioenergy, um fertilizante fluido organomineral, contendo extratos de algas marinhas marrons e aditivos. Em função de sua ação sistêmica nas plantas, as aplicações nas folhas da cana em baixas concentrações proporcionam benefícios em toda a planta, inclusive no sistema radicular.

A Fertiláqua apresentou sua linha Longevus, que tem como objetivo principal auxiliar na revitalização do solo para o plantio de cana-de-açúcar com produtos que atuam na melhoria da qualidade do solo e estimulam a fisiologia da planta, buscando ampliar o número de cortes do canavial tratado, contribuindo para maior produtividade e longevidade. A palestra da empresa foi aberta pelo pesquisador da ESALQ-USP, Fernando Dini Andreote, que falou sobre revitalização de solos na cultura da cana.

A Bayer CropScience anunciou seu mais novo serviço: SureCane. Quem adquirir o pacote, irá receber da multinacional sua área comercial pronta para o uso. A proposta é trabalhar as etapas de plantio com uma praticidade muito grande, reduzindo as operações para o produtor ou usina e gerando alta lucratividade desde o início até o final da operação. No comparativo SureCane x sistema de plantio convencional com toletes, foi registrado um aumento de produtividade de 14% no primeiro corte. O serviço ainda está em fase de registro e deve ser lançado oficialmente no próximo ano.

A Netafim falou sobre seus projetos de irrigação por gotejamento. O sistema é de fácil utilização e acessível desde o pequeno produtor até o grande. Com longa durabilidade, visa garantir rentabilidade e eficiência operacional do canavial com aumento de produtividade, que pode chegar a até 50%.

A Herbicat apresentou o HerbiPlus G3S, um pulverizador desenvolvido com características ideais para as condições topográficas dos canaviais brasileiros. Possui pêndulo hidráulico, o que proporciona maior estabilidade nas barras, realizando um trabalho com qualidade nas aplicações de herbicida. O engenheiro agrônomo da empresa, Luís César Pio, falou ainda sobre a importância do momento da aplicação de herbicidas e dos gargalos operacionais sobre o custo de produção de cana-de-açúcar.

Prêmio Visão Agro Brasil e Seminário de Produtividade juntos na busca de soluções que promovam o crescimento no setor

O 15º Prêmio VisãoAgro, que tem como objetivo homenagear as iniciativas de sucesso que contribuíram para o crescimento do setor sucroenergético em 2017, vai acontecer no dia 6 de dezembro, às 20h, em Ribeirão Preto-SP. 

Para incentivar ainda mais o desenvolvimento do setor, a AR Empreendimentos, organizadora do evento, firmou uma parceria com o Grupo IDEA para oferecer um conteúdo de qualidade aos participantes do Prêmio Visão Agro Brasil: 25% de desconto na inscrição no 16º Seminário de Produtividade e Redução de Custos na Agroindústria Canavieira.

Os participantes que se interessarem, devem entrar em contato com a AR Empreendimentos ou com o Grupo IDEA para pegar o código de desconto e realizar sua inscrição no site: www.ideaonline.com.br.

É uma grande oportunidade que os profissionais têm de se atualizar e obter informações valiosas como:

  • Balanço da safra atual,
  • Evolução dos custos de produção de cana, açúcar e etanol
  • Perspectivas de mercado de açúcar e etanol para 2018
  • O que esperar do RenovaBio
  • Além de conhecer diversos produtos e serviços que auxiliam muito na redução de custos agrícolas.

 A agenda completa do Seminário de Produtividade e Redução de Custos pode ser conferida em: http://ideaonline.com.br/mail/Agenda_fim.pdf

Inscrições pelo site: www.ideaonline.com.br

Espero vocês!

Abraços Dib

 

Seletora automática melhora performance do sistema MPB

Tecnologia inovadora, que separa mudas de má qualidade e amplia ganhos de usinas e produtores, é uma das atrações do 16º Seminário de Produtividade & Redução de Custos da Agroindústria Canavieira

A seletora automática de Mudas Pré-Brotadas (MPB) é uma das novas soluções que apresenta grande potencial para elevar a eficiência operacional e aumentar a produtividade na cultura de cana-de-açúcar. Essa tecnologia pode criar condições para que o sistema MPB proporcione ainda mais benefícios para a cana-de-açúcar, resolvendo um dos seus principais gargalos: a separação de mudas de má qualidade.  

“O MPB possui diversas vantagens sanitárias, ambientais e, principalmente, de produtividade. Um dos entraves desta tecnologia, no entanto, é a seleção das mudas antes delas serem plantadas. Nem todas deveriam ser usadas, pois não vão vingar”, observa o engenheiro Fernando Paes Lopes, um dos quatro sócios da Máquinas de Visão e Inteligência Artificial (MVsia), startup de São Paulo que desenvolveu a tecnologia.

O detalhamento das características e diferenciais da Seletora Automática de MPB, que possibilita a ampliação de ganhos financeiros para usinas e produtores de cana, é um dos destaques da programação do 16º Seminário de Produtividade & Redução de Custos da Agroindústria Canavieira. O evento – que é uma realização do Grupo IDEA – acontece nos dias 06 e 07 de dezembro (semana que vem!) no Centro de Convenções Ribeirão Preto, em Ribeirão Preto, SP.

A partir do momento que essa tecnologia separa as mudas que não vão se desenvolver, a usina ou produtor conseguirá melhor produtividade no canavial e, consequentemente, haverá redução de custos – ressalta Fernando Lopes. “Além disso, o sistema diminui custo na seleção, que é feita manualmente. Hoje, diversas pessoas pegam muda por muda, olham e fazem a separação. Automatizar esse processo vai representar uma redução de custos bem direta para as empresas. Há os ganhos no campo e no viveiro”, avalia.

Em sua palestra no seminário do Grupo IDEA, o diretor da MVsia falará, entre outros assuntos, sobre os parâmetros visuais utilizados no processo de seleção das mudas. O principal deles é o enraizamento. Há ainda coloração, altura, diâmetro do caule – detalha.

O sistema é composto por uma esteira, onde são colocadas as mudas, uma câmera industrial que fotografa essas mudas e um software que consegue determinar se elas estão boas – ou não – para ir para campo a partir da identificação de todos os parâmetros visuais, que são utilizados na seleção, explica. Um sistema mecatrônico separa as consideradas boas das ruins em caixas separadas.

Outro recurso dessa tecnologia é gerar relatório com dados para a empresa. Pode fornecer informações sobre o percentual de mudas de má qualidade em um determinado mês e os principais problemas apresentados por elas, conforme os parâmetros usados no processo de seleção – exemplifica.

“Essas informações possibilitam a investigação dos motivos que estão interferindo na qualidade da muda e a adoção de medidas, como o aumento de adubo, para corrigi-los”, comenta.

A MVisia começou a desenvolver a seletora de MPB, especificamente para cana, no segundo semestre de 2016 – informa Fernando Lopes. No final do ano passado, lançou um protótipo desse sistema, que é uma adaptação da tecnologia usada para outras culturas, como eucalipto e tomate.      

A Seletora Automática de MPB passou a ter bastante visibilidade com a conquista dos prêmios Odebrecht de Desenvolvimento Sustentável e também do Seminário Inovacana, realizado em agosto pelo Grupo IDEA.

Um dos próximos passos, para a consolidação dessa tecnologia, deverá ser a implantação de um sistema de grande porte que tenha produtividade para a seleção de uma quantidade em torno de 10 mil mudas por hora – revela.

Para alavancar o sistema e produzir uma máquina muito maior do que o protótipo, a MVsia aguarda a aprovação de um financiamento solicitado à Fapesp e espera firmar parceria com uma grande empresa do setor que tenha interesse em utilizar a tecnologia, observa Fernando Lopes. 

Serviço:

16º Seminário de Produtividade & Redução de Custos da Agroindústria Canavieira

Data: 06 a 07 de dezembro de 2017

Local: Centro de Convenções Ribeirão Preto

Endereço: Rua Bernardino de Campos, 999 – Centro – Ribeirão Preto – SP

Mais informações: (16) 3211-4770

E-mail: eventos@ideaonline.com.br

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O que o setor precisa para se recuperar?

Pedro Mizutani, vice-presidente de Relações Externas da Raízen, palestrará no 16º Seminário de Produtividade & Redução de Custos da Agroindústria Canavieira 

“O setor sucroenergético vive uma nova realidade e exige mudanças para se manter na atividade”, diz Pedro Isamu Mizutani, vice-presidente de Relações Externas e Estratégia da Raízen e presidente do Conselho Deliberativo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

Mizutani salienta que, o preço do açúcar e do etanol passaram a ser vinculados ao valor do barril de petróleo, a Petrobras segue o que dita o mercado, e o setor sucroenergético precisa se adaptar e acompanhar este movimento.

O executivo defende a modernização na forma de gerir a atividade, com foco em inovações tecnológicas, inclusive, com abertura para as soluções apresentadas pelas startups.

Para Mizutani, é fundamental reduzir o endividamento do setor, pois, as dívidas impedem os gestores de realizarem o que é melhor para a empresa, por exemplo, a cana não é colhida na época certa, quando apresenta todo o seu potencial, mas no período determinado para atender o fluxo de caixa.

No 16º Seminário de Produtividade & Redução de Custos na Agroindústria Canavieira, organizado pelo Grupo IDEA, nos dias 6 e 7 de dezembro, em sua palestra, Mizutani abordará com profundidade o tema: “O que o setor precisa para se recuperar”.

Não percam!

Serviço:

16º Seminário de Produtividade & Redução de Custos da Agroindústria Canavieira

Data: 06 a 07 de dezembro de 2017

Local: Centro de Convenções Ribeirão Preto

Endereço: Rua Bernardino de Campos, 999, Centro – Ribeirão Preto – SP

Mais informações: (16) 3211-4770 | (16) 9711 4770 (WhatsApp)

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Falta de conhecimento na atividade sucroenergética influenciou o fechamento de usinas

O Brasil chegou a ter mais de 430 unidades sucroenergéticas em atividade, mas, desde 2008, 79 unidades entraram em recuperação judicial (RJ) e 83 tiveram suas operações paralisadas. Vários são os motivos para esta crise, um deles foi a entrada de investidores sem expertise no setor sucroenergético.

De acordo com Dib Nunes Jr, presidente do Grupo IDEA, uma das principais consultorias do setor, grande parte dos novos players que acessou este mercado na década passada, não obteve o sucesso esperado, por não conhecer a cultura do setor ou por desconhecimento da complexidade da produção canavieira.

 “Agora esses investidores tentam se livrar do negócio, colocando o patrimônio adquirido à venda. Querem recuperar o que investiram, mas certamente contabilizarão pesadas perdas ao sair”, observa Dib.

Mas a falta de conhecimento sobre a agroindústria canavieira não se restringiu aos investidores, pior, também pesou sobre empresas contratadas para realizar a operação de due diligence – um conjunto de atos investigativos que devem ser realizados antes de uma operação empresarial.

“Muitos casos começaram com due diligences imprecisas e malfeitas, que não levantaram corretamente os problemas e riscos além de apurar índices de produtividades e rendimentos que apontaram para faturamento muito acima do seu potencial.

Com os seis anos de crise de preços do setor, a situação se agravou e essas empresas não atingiram os níveis de faturamento desejados. Algumas delas recorreram a chamadas de capital, outras simplesmente já passaram o bastão para credores ou fecharam as portas”, diz Dib Nunes, especialista na realização de due diligences – ao longo dos últimos anos, o IDEA realizou 44 avaliações desta natureza, sendo oito apenas no segundo semestre de 2016 e seis no primeiro semestre deste ano.

O especialista explica que os principais pontos de riscos encontrados estão ligados a contratos mal elaborados, contratos com elevada concentração de vencimentos e valores acima do mercado, elevada dependência de fornecedores de cana e de terras, canaviais com baixa produtividade, regiões com problemas climáticos, predominância de solos de menor fertilidade, relevo improprio para a mecanização, frota própria velha ou reduzida demais, elevado índice de terceirização em práticas agrícolas que exigem qualidade, resultados operacionais ruins nas operações de colheita e transporte, logística extremamente comprometida com longas distancias das áreas de produção, estradas ruins de acesso difícil às propriedades produtivas.

Segundo Dib, é importante também numa due diligence, avaliar o nível técnico do quadro de gestores em posição estratégica e seu comprometimento com as metas da empresa. Além disso, deve-se apurar os custos de produção das principais etapas do sistema produtivo e compara-los a indicadores de desempenho de fontes críveis.

A avaliação da eficiência dos serviços de apoio necessários às operações de campo, a possibilidade de expansão da lavoura e a imagem que a empresa tem junto a produtores de cana, proprietários de terras e prestadores de serviços da região são também muito importantes no prosseguimento das atividades.

“Há regiões onde a concorrência com outras empresas agrícolas e outros negócios são extremamente impactantes a ponto de deixa-las sem condições de recuperação de produtividade ou de redução de custos”. Embora o nível de credibilidade seja também medido pelo resultado financeiro, é também pelo cumprimento de compromissos assumidos com instituições financeiras e fornecedores. O prestígio que a empresa acumulou na região, pode ter um enorme peso na sua sobrevivência e seu sucesso.

O levantamento do CAPEX (despesa de capital) necessário para os próximos anos para recuperação da produção ou crescimento da empresa é também fundamental para que o investidor fique sabendo qual deve ser o capital a ser aplicado ao longo dos próximos anos.

As avaliações dos ativos biológicos darão a ideia do capital armazenado no campo, do seu potencial para produção de açúcar, etanol e energia elétrica e quanto a empresa precisara´ investir para garantir o faturamento futuro e o payback pretendido no negócio.

“Os potenciais investidores correm riscos muito grandes, quando a due diligence não é realizada por empresas experientes capacitadas para analisar todos estes fatores, que certamente poderão comprometer ou alavancar o negócio sucroenergético”, alerta Dib.

16º Produtividade e Redução de Custos

AGENDA 2017

DIA 06 DE DEZEMBRO

08:00  RECEPÇÃO E CREDENCIAMENTO DOS PARTICIPANTES.

08:45   ABERTURA.
Dib Nunes Jr. (Grupo IDEA)

SEÇÃO 1: NOVAS TECNOLOGIAS QUE MELHORAM A PRODUTIVIDADE E REDUZEM CUSTOS

09:00   Impacto da nova geração de biológicos na produtividade do setor canavieiro – quebrando paradigmas.
Danilo Pedrazzoli (KOPPERT do Brasil)

09:15   CTC20BT – Redução de custos através da biotecnologia.
Alan Pavani (CTC – CENTRO DE TECNOLOGIA CANAVIEIRA)

09:45   Seleção automática de MPB de cana-de-açúcar.
Fernando Paes Lopes (MVISIA)

10:00  Como otimizar recursos com o uso de inteligência digital.
José Carlos Rufato (SYNGENTA)

10:20   COFFEE BREAK

10:50   Tecnologias e desafios da nutrição da cana. 
Gaspar Henrique Korndorfer (Universidade Federal de Uberlândia)

11:00   Incremento de produtividade e qualidade da matéria prima com uso de fisioativadores em cana-de-açúcar.
Edivaldo Luiz Panini (ARYSTA LifeScience)

11:10   Manejo de enxofre e micronutrientes em cana-de-açúcar.
Marcelo Boschiero (UNION AGRO)

11:30   Biofertilizantes e soluções nutricionais para a cana-de-açúcar. 
Renato Brandão (BIOSOJA)

11:50   Revitalização de solos na cultura da cana.
Fernando Dini Andreote (ESALQ – USP)

12:20   INTERVALO LIVRE PARA ALMOÇO 

SEÇÃO 2: SAFRAS, MERCADOS E ECONOMIA

14:20   O RenovaBio e as perspectivas sobre o futuro do etanol. 
Luciano Rodrigues (UNICA)

14:50   Plantio de cana com alta tecnologia: a entrega da área  pronta.
Juliano Barela (BAYER CropScience)

15:10   O que pode acontecer ao mercado do açúcar face às grandes intempéries  climáticas no mundo.  
Eduardo Costa Carvalho (SUCDEN)

15:40   Balanço da safra atual e expectativas para 2018/19.
Luiz Antônio Dias Paes (CTC – CENTRO DE TECNOLOGIA CANAVIEIRA)

16:10   COFFEE BREAK 

16:40   Produtividade de 3 dígitos em cana-de-açúcar através da irrigação inteligente e econômica.
Alexandre Gobbi (NETAFIM)

17:00   A evolução dos custos de produção de cana, açúcar e etanol na safra 2017/18.
Francisco Oscar Louro Fernandes (SUCROTEC)

17:30  A situação atual do mercado e o futuro do etanol no Brasil.
Tarcilo Rodrigues (BIOAGÊNCIA)


DIA 07 DE DEZEMBRO

SEÇÃO 3: AÇÕES NAS EMPRESAS PARA MELHORAR OS RESULTADOS OPERACIONAIS E FINANCEIROS. 

09:00  A evolução e ganhos financeiros proporcionados pelas variedades. 
Natália Calori (CTC – CENTRO DE TECNOLOGIA CANAVIEIRA)

09:30  A importância do momento da aplicação de herbicidas e dos gargalos operacionais sobre o custo de produção de cana-de-açúcar.
Luís Cesar Pio (HERBICAT)

10:00  O que o setor precisa para se recuperar. 
Pedro Mizutani (Grupo RAÍZEN /UNICA)

10:30  COFFEE BREAK

SEÇÃO 4: Mudanças de rumos na produção de cana-de-açúcar: O que estamos fazendo para virar o jogo? 

11:00  Estratégias ganha-ganha com funcionários e fornecedores de cana. 
Luiz Paulo Santanna (CEVASA)

11:30  Mudanças de rumos na produção de cana-de-açúcar:
A visão do produtor
Ian Erhard Dobereiner  (Grupo RAÍZEN)
A visão do consultor
Dib Nunes Jr. (Grupo IDEA/Dr. Cana)

12:30  Encerramento.


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Novo ciclo de expansão do setor ocorrerá em ritmo moderado

O Crescimento da atividade sucroenergética será um dos temas da palestra de Tarcilo Rodrigues, da Bioagência, que faz parte da programação do 16º Seminário de Produtividade e Redução de Custos   
 
As unidades sucroenergéticas precisarão aumentar novamente a produção de etanol para atender a elevação da demanda devido às mudanças que estão ocorrendo no mercado de combustíveis.
 
Essa avaliação é do diretor da Bioagência, Tarcilo Rodrigues, que será um dos palestrantes do 16º Seminário de Produtividade e Redução de Custos, programado para os dias 06 e 07 de dezembro, em Ribeirão Preto, SP. O evento é uma realização do Grupo IDEA.
 
Segundo este executivo, o aumento da alíquota do PIS/Cofins para combustíveis – que melhorou a competitividade do etanol – e a nova política de preços da Petrobras já causaram impacto no mercado. Além disso, o RenovaBio vai criar condições mais favoráveis para a participação do etanol no ciclo Otto.
 
“A situação é bastante positiva. Mas, é um desafio enorme”, ressalta. Para Tarcilo Rodrigues, não vai ser tão simples ampliar a capacidade de produção, porque o setor ainda está bastante “machucado” em consequência dos resultados dos investimentos durante o recente ciclo de expansão da atividade sucroenergética, que não foram tão favoráveis conforme estava previsto inicialmente.            
 
“Tudo será feito, agora, de maneira bem mais parcimoniosa. Não vai ser naquela velocidade, nem naquela euforia anterior. O mercado precisará se adaptar a esse novo ritmo. As usinas estão bem carregadas de dívidas. O processo vai ser mais lento”, acredita.
 
De acordo com o diretor da Bioagência, o setor terá que administrar uma situação bastante desafiadora, pois a demanda do etanol continuará em alta. “Haverá necessidade de abastecer o país. Existe hoje algo contundente neste sentido. Ao mesmo tempo temos que atender a demanda de açúcar. O Brasil tem uma participação grande neste mercado”, afirma.
 
Esses desafios serão abordados e debatidos no seminário do Grupo IDEA. Em sua palestra, Tarcilo Rodrigues vai falar também sobre as novidades que estão ocorrendo, no curto prazo, no mercado sucroenergético.
 
“Esse momento de mudança de perfil da produção de açúcar para etanol é bastante peculiar. A questão do PIS/COFINS já teve grande influência nisto. É um fato muito importante, que acaba impactando os dois mercados”, comenta.

Segundo ele, com os efeitos na formação do preço da gasolina provocados pelo PIS/COFINS, os mercados estão reagindo e permitindo uma alteração no mix. “No curto prazo, há o impacto dessa mudança. É um sinal que está sendo dado para o mercado mundial de açúcar, que tem superávit no momento. O Brasil vai fazer a parte dele e reduzir a oferta do produto”, diz.

Tarcilo Rodrigues considera positiva a nova política de preços da Petrobras. “O pior cenário é aquele que não se tem ideia do que vai acontecer. O setor está acostumado a trabalhar com adversidades. Momentos bons e ruins fazem parte do dia a dia das commodities”, observa.
 
Na opinião dele, é preferível ter uma situação definida, com regra que estabelece onde o preço vai chegar, do que uma situação em que a decisão fica dependente de poucas pessoas. “É muito melhor ter previsibilidade. O setor sabe participar desse jogo, porque o mercado de açúcar é assim: tem as oscilações para cima e para baixo. É preciso se adaptar ao preço ruim, proteger os preços bons e estar sempre atento aos movimentos”, afirma.
 
A palestra de Tarcilo Rodrigues será um dos destaques da programação do 16º Seminário de Produtividade e Redução de Custos – disponível no link http://www.ideaonline.com.br/evento-sobre/16-produtividade-e-reducao-de-custos-da-agroindustria-canavieira , que vai reunir renomados profissionais que atuam na cadeia produtiva do setor sucroenergético.
 
Serviço:

16º Seminário de Produtividade & Redução de Custos da Agroindústria Canavieira

Data: 06 a 07 de dezembro de 2017

Local: Centro de Convenções Ribeirão Preto

Endereço: Rua Bernardino de Campos, 999 – Centro – Ribeirão Preto – SP

Mais informações: (16) 3211-4770 – (16) 99711 4770 (whatsApp)

E-mail: eventos@ideaonline.com.br

Due diligence agrícola: importante instrumento para gestão e investimentos no setor sucroenergético – Por Dib Nunes Jr.

Na área agrícola das empresas do segmento sucroenergético, se concentra mais de 65% dos gastos do setor e é onde se encontram também os maiores problemas. É um campo propício para a realização uma due diligence. Para esta avaliação, são envolvidos diversos contingentes de colaboradores e os mais variados recursos de produção. Sua imprevisibilidade é alta e as situações encontradas são, muitas vezes, as mais inusitadas.

A maioria dos problemas se repetem, mas muitas tecnologias utilizadas são geradas e aplicadas quase que exclusivamente em suas próprias condições. Numa análise realizada por uma eficiente due diligence, se encontram muitos diferenciais competitivos e também se tornam visíveis os grandes desafios para quem está interessado em investir ou gerir um negócio sucroenergético.

As rotinas de relacionamento com o mundo do agronegócio, sejam fornecedores, parceiros, órgãos públicos e instituições comerciais, são com frequência muito particulares, seja no âmbito operacional, legal, comercial, financeiro ou estratégico. Muitas vezes a viabilidade da empresa está diretamente ligada a estes fatores.

Os principais pontos de riscos encontrados estão ligados a contratos mal elaborados, contratos com elevada concentração de vencimentos e valores de serviços acima do mercado, dependência de fornecedores de cana e de terras, canaviais com baixa produtividade, falta de tratos culturais, regiões com problemas ambientais, solos de menor fertilidade, relevo impróprio para a mecanização, frota velha ou reduzida com elevado índice de terceirização, resultados operacionais ruins nas operações de colheita e transporte, logística extremamente comprometida com longas distâncias das áreas de produção  ou por estradas ruins de acesso difícil às propriedades produtivas etc. etc.

É importante também, numa due diligence, avaliar o nível técnico do quadro de gestores em posição estratégica e seu comprometimento com as metas da empresa. Além disso, deve-se apurar os custos de produção das principais etapas do sistema produtivo de cana e compará-los a fontes seguras e atualizadas. A avaliação da eficiência dos serviços de apoio necessários às operações de campo, a possibilidade de expansão da lavoura e a imagem que a empresa tem junto a fornecedores, proprietários de terras e prestadores de serviços da região são também muito importantes.

Há regiões onde a concorrência com outras empresas agrícolas e outros negócios é extremamente impactante, a ponto de deixá-las sem condições de redução de custos. Embora o nível de credibilidade seja medido pela análise financeira e pelo cumprimento de compromissos assumidos com instituições financeiras e fornecedores, a imagem que a empresa acumulou na região pode ter um enorme peso na sobrevivência e no sucesso da mesma.

O levantamento do Capex (em português, despesas de capital ou investimento em bens de capital) necessário para os próximos anos para recuperação ou crescimento da empresa é fundamental para que o investidor fique sabendo qual deve ser o capital a ser aplicado. As avaliações dos ativos biológicos darão a ideia do capital armazenado no campo, do seu potencial para produção de açúcar, etanol e energia elétrica e quanto a empresa precisará gastar em custeio para garantir o faturamento futuro ou o pay back pretendido no negócio.

Os potenciais investidores correm riscos muito grandes, quando a due diligence não é realizada por empresas experientes e capacitadas para analisar todos estes fatores que certamente poderão comprometer ou alavancar o negócio sucroenergético.

Segundo informações levantadas pelo Grupo IDEA, consultoria especializada em due diligences, grande parte dos novosplayers que acessaram este mercado na década passada não obtiveram o sucesso esperado, por não conhecerem a cultura do setor ou por desconhecimento da complexidade da produção canavieira. Agora estão tentando se livrar do negócio, colocando o patrimônio adquirido à venda. Querem recuperar o que investiram, mas certamente contabilizarão pesadas perdas ao sair.

Muitos casos começaram com due diligences imprecisas e malfeitas, que não apuraram corretamente as capacidades, índices de produtividades e de rendimentos, apontando para faturamento muito acima do seu potencial. Com os seis anos de crise de preços do setor, a situação se agravou e os níveis de faturamento desejados não foram alcançados. Algumas empresas recorreram a chamadas de capital, outras simplesmente já passaram o bastão para credores ou fecharam as portas.

As empresas avaliadoras especializadas no negócio canavieiro, que realizam due diligences, precisam usar nestas avaliações, KPIs- Indicadores de desempenho técnico-operacionais atualizados e de alta credibilidade para fins de comparação com o mercado, além de estarem muito atentas aos dossiês preparados por aqueles que tentam valorizar demais seus ativos ou esconder ineficiências dentro da complexidade da produção canavieira.
Muitas vezes as diferentes realidades podem esconder verdadeiras armadilhas ou até mesmo tesouros, cujo desvendamento e elucidação podem determinar o sucesso ou o fracasso dos empreendimentos ou dos futuros investimentos.

O setor sucroenergético sempre trabalhou com margens estreitas que não permitem riscos ou obrigações muito elevadas a cumprir, pois tornam o empreendimento inviável. O levantamento bem balizado de dados é importante para alimentar as planilhas de modelagem financeira do negócio, usadas para decisões finais dos investidores ou simplesmente para gerir os atuais negócios.

O conhecimento da realidade da área agrícola de cada empresa avaliada é, portanto, trabalho a ser realizado por profissionais experientes, devidamente qualificados e que disponham de amplo conhecimento e expertise na identificação e no tratamento a ser dispensado a todas estas peculiaridades. Sua visão, avaliação e parecer embasam as decisões corretas e evitam muitas surpresas desagradáveis.

A melhoria dos cenários e a mudança de rumos da política econômica do Brasil estão atraindo novos investidores ao mercado. Porém, estão ainda muito mais cautelosos por causa da situação político-econômica do país e é claro, das empresas sucroenergéticas, procurando analisá-las com maior nível de detalhes antes de realizarem investimentos, seja para transferência do controle acionário, crescimento e ajuste da produção.

Um diagnóstico bem embasado poderá dar segurança aos novos entrantes ou aos gestores, identificando o real potencial produtivo e os gargalos da empresa avaliada, firmando-se nos principais pontos críticos ou favoráveis de cada caso, além de contribuir para detectar as possíveis ameaças e oportunidades inerentes ao negócio.

O Grupo IDEA realizou oito due diligences em empresas sucroenergéticas no segundo semestre de 2016 e já concluiu outras três neste ano. Portanto, somando-se a estes trabalhos recentes, esta consultoria, longo dos últimos anos, completou 47 avaliações desta natureza, contribuindo decisivamente para reduzir enormemente os riscos e auxiliar nas decisões de investimentos em empresas do setor.

As recentes buscas por due diligences demonstraram que os investidores voltaram a enxergar oportunidades de negócios neste setor no Brasil e o que mais nos chama a atenção é que as empresas existentes, mesmo aquelas que não estão em processos de transferência de controle acionário, entenderam que uma boa due diligence, também é um excelente instrumento para dar uma visão atualizada e direcionar as decisões para novos rumos.

due diligence começa a ser entendida como uma peça de gestão imprescindível para ser renovada de tempos em tempos, de modo a tirar as empresas da inércia e proporcionar visões mais claras para condução do agronegócio.

Bons ventos voltaram a soprar.  

Abraços!

Dib